terça-feira, 28 de abril de 2009

1º DE MAIO


Todos sabem qual o significado deste dia.

Uns porque o festejavam mais ou menos em silêncio antes do 25 de Abril de 1974, outros porque o começaram a festejar depois dessa data e ainda outros porque sem o festejarem, sabem qual o seu significado.
Por todas estas razões não irei falar sobre o que representa o 1º de Maio.

O que me leva a falar sobre esta data e a escrever estas linhas, é o facto de pensar que já seria altura de se alterar por completo a forma de se festejar este dia.

Numa altura em que a crise que vivemos, afecta todos os trabalhadores em geral e em que todos sentimos os seus efeitos, pergunto eu:

Não seria altura de se transformar este dia, não num dia de festa mas sim num dia de LUTA?

Não seria altura de todos os trabalhadores deste País se manifestarem em conjunto?

Os mais jovens não viveram a experiência de vir para a rua comemorar o 1º de Maio em conjunto, como o que aconteceu em 1974, mas os mais velhos por certo se recordarão desse grandioso dia.

Não seria altura de o repetir?

Não seria altura das Centrais sindicais e de todos os Sindicatos esquecerem as suas divergências e convocarem uma só manifestação?

Não seria altura dos trabalhadores ultrapassarem os seus dirigentes e se manifestarem em bloco numa grande jornada de luta?

Não seria altura dos senhores dirigentes sindicais e políticos deixarem de pensar só em si e nos seus interesses e pensarem nos interesses dos trabalhadores?


Por um 1º de Maio de LUTA e a uma só voz


Este é o País que temos

Desculpem lá o DESABAFO


Pedro Pampulim

sexta-feira, 24 de abril de 2009

35 ANOS


Para quem está atento ao que o rodeia, é frequente ouvir na rua, no local de trabalho ou noutro local qualquer, algumas pessoas dizerem que a situação actual em Portugal é pior do que era na altura do Salazar.

Para as pessoas que o dizem, gostaria de as lembrar, que só o facto de o poderem dizer livremente na rua, já demonstra bem que a situação actual é bem diferente da que se vivia na altura.

Não há dúvida nenhuma de que não vivemos no Portugal com o qual possivelmente os Militares de Abril sonharam e com o qual alguns de nós sonharam no dia 25 de Abril de 1974 e nos tempos seguintes, mas as diferenças entre o 24 de Abril de 1974 e os dias de hoje, são felizmente muito grandes.

Para os que não viveram esses tempos, para os que viveram mas já não se lembram e para aqueles que não se querem lembrar, recordo aqui algumas situações que se viviam nessa altura:

- Havia presos políticos

- Havia tortura e perseguições

- Havia quem nos seguisse na rua

- Havia quem perguntasse nos cafés que frequentávamos que conversas tínhamos

- Havia a necessidade de se pedir uma licença especial para se usar um simples isqueiro na rua

- Havia uma Guerra Colonial onde se combatia sem se querer ou sem se saber porquê

- Havia terror, medo

- Havia muito mais coisas a acrescentar a esta lista


Hoje não vivemos uma Democracia com a qual sonhámos, mas estamos realmente muito melhor e isso deve-se fundamentalmente á chamada "Revolução dos Cravos", ao 25 de Abril de 1974, aos Militares de Abril e a todos os anti-fascistas que contribuíram para que se pudesse fazer esta Revolução.

Que ninguém se esqueça nunca que o 25 de Abril aconteceu para que Portugal se tornasse num País Livre e Democrático

Que ninguém se esqueça que muita gente sofreu e morreu para que isso fosse possível

Que ninguém se esqueça que o 25 de Abril de 1974 tem que ser lembrado e que o seu espírito tem que sobreviver a tudo e a todos.


25 de Abril sempre

Este é o País que temos

Desculpem lá o DESABAFO

Pedro Pampulim